sábado, 30 de abril de 2011

Planeta Medo

Na América do Sul a base de maior importância ficava na cidade litorânea de Petrópolis. Era uma construção imensa, o prédio de 30 andares abrigava várias repartições da Internacional. Possuía um centro de comunicação global e podia estabelecer contato inclusive com bases lunares. Os alojamentos eram subterrâneos e tinham capacidade de abrigar até 2000 homens de prontidão. Os funcionários vinham de várias partes do mundo, algumas mulheres que pertenciam à organização eram férteis, mas seus líderes guardavam estas mulheres como escolhidas para uma futura procriação particular. Cristine não era uma destas. Havia chegado ao continente após relevantes trabalhos prestados na antiga região francesa de Lion. O local havia estado sob intervenção e muitos problemas foram causados pelos franceses, que não cederam frente a imposição das regras da Internacional. Cristine tinha grande experiência na negociação e conseguiu um acordo de rendição do grupo francês rebelde. Todos foram detidos e foi aberto um processo pela Junta de Reconstrução do Planeta Terra.
Existia uma espécie de tribunal mundial, aonde eram discutidos os direitos e soberanias. Tudo apenas de fachada, seus membros eram corruptos e alguns que resolveram, no início do processo, denunciar as fraudes, foram mortos, executados.
                     Para Cristine nada disto importava, queria se estabelecer forte junto ao alto comando da Internacional. Desejava assumir um posto no alto comando e poder colocar em prática todas as suas teorias sobre a dominação efetiva. Sabia dos problemas enfrentados nos vales das Geraes. Tinha que obter a posse das fontes de água natura da região para poder elevar o valor do produto exportado. A qualidade da água das Geraes era única no mundo. Alguns estudos apontavam para as características minerais que somente podiam ser obtidas em Minas. Era portanto fundamental a sua relação com o líder dos contra revolucionários, Ferbe.
Ferbe era um homem forte e corajoso. Seus cabelos loiros e os olhos verdes impressionavam a todos, homens e mulheres. A face rosada mostrava algumas rugas do excesso de exposição aos raios solares, seu corpo era moldado a base de exercícios incansáveis. Tinha como hábito correr longos trajetos e pedalar algumas horas seguidas. Gostava de seu corpo e cultivava hábitos saudáveis. Vivia próximo a mina mais pura das Geraes e desfrutava da água natura de melhor qualidade do mundo, e sabia disto. Profundo conhecedor das técnicas de combate e guerrilha, havia sido escolhido para o comando dos contra por sua dura atuação em outras disputas contra os revolucionários. O local era considerado como área de conflito, porque os combates eram constantes e os rebeldes não podiam ser controlados. Era a única região no planeta, aonde ainda acontecia alguma resistência. Justamente por isto Ferbe fora escolhido.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mal-estar Súbito.

Caminhou bastante por baixo da terra. O local era fresco e em alguns pontos era invadido por raios solares que derramavam sua intensa luz pelas frestas abertas no antigo asfalto das ruas lá em cima. Durante sua caminhada submersa, Atker ia observando os vários quadrados abertos nas laterais do canal, que serviam como escoamento. Era por estes quadrados que corriam em direção ao canal todos os dejetos e esgotos dos prédios. Uma vez Atker entrou por um destes e chegou até um local sem luz e sem saída. Pensara na época que aquele local poderia vir a ser usado como esconderijo e passou a colocar alí suas reservas. Tinha de tudo escondido no local, Atker acreditava que inclusive os sinais e ondas de calor não poderiam ser detectados pelos sinais de satélite.
             De repente Atker parou assustado! Sua face se transformou e seu rosto assumiu uma expressão de dor. Ele levou a mão na altura do estômago, tentou segurar forte tentando conter a dor, e a ultima coisa que pode ver, foram os quadrados nas paredes laterais desaparecendo em meio a uma imagem embaçada.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Subterrâneo sinistro


Logo na entrada dos canais, Atker parou e tentou perceber se realmente estava sendo seguido. Não percebeu nenhuma movimentação estranha e desceu por um grande buraco quebrado no concreto e asfalto da rua. Aqueles canais pareciam mais um grande labirinto. A água que provavelmente corria por aquelas galerias antigamente, não passavam mais por ali a muitos anos. Para Atker não era problema caminhar horas embaixo da terra pelas vias do canal. Conhecia muito bem toda a malha de escoamento e até gostava de caminhar pelos canais. Era o local em que se sentia mais seguro. Mas aquela estranha sensação continuava a intriga-lo.
             A galeria estava escura e tinha uma temperatura agradável. Sabia muito bem como era gostoso se abrigar do sol naquelas galerias subterrâneas. Tinha aprendido com sua avó a se refugiar naquele local desde que era criança e muitas vezes se alimentou junto com a família e companheiros naqueles canais.
             Dentro da galeria o silêncio era imponente. Todo barulho, por menor que fosse, tinha uma reverberação muito forte. O eco era impressionante, por isto mesmo Atker se apressou alguns passos e se deteve um pouco para ouvir se alguma coisa o seguia. Ficou parado imóvel próximo a junção de dois canais, assim seria mais fácil fugir caso algo estranho acontecesse. Do local aonde estava, era possível ver a entrada do canal com seus entulhos e pedaços de asfalto quedrados. A luz do sol invadia parte da galeria traçando uma linha fina de contraste entre o escuro e o claro. Após ficar ali por alguns minutos, Atker resolver continuar seguindo pelos canais até um local seguro.
             Naqueles dias a sobrevivência dependia do conhecimento e da experiência de cada um. Todos os seus amigos já haviam se mudado junto com suas famílias para locais seguros, ou grutas afastadas. Alguns mais temerosos se apresentaram às tropas governamentais na esperança de serem poupados, contudo se soube mais tarde, que vários haviam sido capturados pelos Skings e dissimados. A vida era difícil neste planeta inóspito.
             A alimentação também dependia da experiência. Alguns tipos de batata ainda podiam ser cultivados, mas a mandioca era o seu alimento principal. Toda a energia da planta era aproveitada. Na antiga região montanhosa de Nova Lima, podia se encontrar grandes áreas nativas aonde a mandioca se espalhava. Era só arrancar a raiz e preparar as folhas. Sua avó havia lhe ensinado como preparar cada pedaço da planta. Era preciso atenção pois algumas espécies eram venenosas. O bijú feito com a planta era delicioso e podia ser estocado por vários meses. Era justamente este bijú milagroso que Atker desejava saborear tranqüilamente naquele canal.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Na velha cidade.


Quando chegou nas ruas antigamente asfaltadas teve a impressão de estar sendo observado. Era estranho sentir que alguma coisa o seguia. Fazia muito tempo que não se encontrava com outras pessoas e cada dia que passava parecia mais distante o interesse dos Skings por aquela região. Então não tinha motivos para se preocupar, poderia ser algum gato ou cachorro biogenético que estava atrás de alimento, escasso demais naquela região. Continuou descendo pelas ladeiras inclinadas sem se importar com a sensação estranha. Parecia que alguma coisa o induzia ao contato, não sabia definir o que estava sentindo, mas uma coisa era certa, nunca sentira uma sensação tão forte.
             No vale dos prédios, como costumava chamar a região, a topografia voltava ao normal e a ladeira imensa que percorria terminava numa larga via ainda conservada pelo tempo com suas placas de asfalto ainda preservadas. Contavam os mais antigos, que a região era próspera até todos abandonarem o local por determinação da Internacional. Eles diziam que as fortes tempestades acabaram com a possibilidade de qualquer tentativa de permanecer ali durante os anos de caos. Segundo a história, os prédios tiveram seus quatro primeiros andares inundados durante anos pelo Eroto que consumia as estruturas de concreto e causou o desabamento de quase todos. O cenário era fascinante. O vale se estendia até o que parecia um centro de prédios, uma concentração de construções que incrivelmente permaneciam de pé, pelo caminho muitas das estruturas dos prédios se esparramavam pelo resto de asfalto e afundaram parte do canal subterrâneo usado por Atker como refugio dos raios solares.
             Continuava andando e sentindo que era observado, por isto, procurou andar mais rápido em direção a entrada do canal subterrâneo. No encontro de duas grandes vias, no vale, ficava a entrada mais segura para os canais. Depois de ficar por horas exposto, Atker resolveu que era preciso descansar um pouco da exposição ao sol.
             Os Skings, como eram chamados os grupos de prospecção da Internacional, tinham o hábito de prender qualquer tipo de vida que se movimentasse. Eram implacáveis, não adiantava você tentar fugir pois eles utilizavam um sistema de rastreamento por satélites, que localizava os seres vivos através de ondas de calor. A Internacional, organização mundial para a preservação do comercio, dominava quase todos os pontos chave ainda habitados da terra. Diziam que com o superaquecimento e as chuvas, dos primeiros anos de caos, tudo ficou tumultuado. As grandes organizações mundiais e os grandes grupos econômicos foram pegos de surpresa com as primeiras grandes tragédias e não haviam se preparado acreditando que todas as previsões feitas por cientistas e insistentemente divulgadas eram previsões alarmistas. A Internacional não. Braço forte da Máfia Russa, a mais temida e odiada da terra, defendia a luta armada e a conquista de todos os pontos habitados do planeta. A água era o seu bem mais precioso e objeto de domínio e riqueza.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

SOL DO ENTARDECER

                No alto das colinas, na serra da Mantiqueira, o cenário da natureza imperava absoluto. O olhar perdido no horizonte vermelho indicava a concentração total nos devaneios da mente. Longe era o tempo e a história que o percorria, não a busca espiritual, apenas o elo frágil da vida. Olhar para o céu era viver. Receber os raios de sol na face, por puro prazer de estar vivo.
                Provavelmente teria muitas queimaduras na face pela extravagância na serra, mas isto não importava. Gostava mesmo era de descer até a cidade olhando lá do alto as construções sobre as montanhas. Como os homens se vestiam nestas casas? Como andariam eles pelas ruas desta cidade? Qualquer que fosse a resposta, demonstra ter sido muito forte o sentimento de comunidade, senão como seria possível tamanha organização das construções? Do alto se avistava toda a região do vale, os prédios que ainda estavam inteiros refletiam ofuscantemente a luz do sol. Esta batia na fachada de alguns edifícios nobres, que ainda mantinham seu revestimento original de cerâmica e derramava sua luz intensa por quase toda a cidade. Alguns grupos do interior, também costumavam queimar barro e argila nos fornos, para criar peças de cerâmica. Era incrível que depois de tudo, ainda tinha gente insistindo em destruir o que restou da atmosfera queimando combustíveis fósseis. Naquela tarde a vontade era sentar em um cantinho aconchegante e ouvir música vibrante.
                Alguns pontos da cidade eram mais energizados do que os outros. Se fosse preciso buscar ajuda ou algo parecido era melhor estar em pontos mais energéticos. A música, a que se referia, era música quântica. As pessoas começavam a ouvir estas músicas e se desligavam do mundo, passando a vibrar em sintonia com o universo. Era tamanho o bem estar que sentiam, que era preciso alguém acompanhar a seção para não plugar definitivamente nas vibrações. Um amigo seu havia plugado e não se recuperou mais. Passou a se comportar como um deficiente e seu organismo foi definhando e se enfraquecendo. As bactérias atacaram e ele morreu em poucos meses.
          Mas este não era o seu caso, sabia muito bem a hora de parar. O meio usado para se ouvir a música, representava mais uma ameaça a integridade dos homens. Pastilhas de césio inteligentes forneciam eletricidade suficiente para o funcionamento constante dos aparelhos por até 50 anos. Os modelos de cd disck ainda reproduziam com perfeição os sons gravados em outros planetas já explorados. Uma vez, segundo sua avó Sarah, os exploradores descobriram a música quântica emanando de pedras de silício em cavernas de Marte. Segundo a história, todos da expedição entraram em vibração galáctica, se não fosse a cadela que acompanhava a expedição, eles teriam morrido por inanição dentro da gruta marciana. Contam que o animal, por ser imune às vibrações, latiu muito, cortando a freqüência com seus latidos. Ela cortou a freqüência e conseguiu despertar parte da expedição que conseguiu sair do local. A força destas vibrações eram tão fortes, que alguns hiper sensíveis se conectaram e não foi possível despertá-los. Os cães eram usados intensamente nas expedições espaciais, sua capacidade de sentir situações adversas salvara muitos exploradores daqueles tempos. As novas descobertas, muitas em um curto espaço de tempo, permitiam que os homens explorassem planetas distantes, impossíveis de serem alcançados através dos meios de transporte físicos convencionais.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O USO DA ÁGUA

ESTADO DE MINAS
(Exterior)
Segunda feira, 20 de março de 2000
Pág. 8

ONG’S – Organizações não governamentais querem rediscutir a questão da água

Haia – As duas mega organizações ambientalistas União Internacional para Conservação da natureza (IUCN) e Fundo Mundial para a Natureza (WWF) querem mais atenção para os ecossistemas nas discussões do Fórum Mundial da Água,  que está sendo realizado em Haia, na Holanda, até Quarta feira. Ambas criticam a excessiva ênfase na redistribuição dos usos da água entre indústrias, agricultura e para o abastecimento de populações humanas, sem a necessária atenção para a origem da água, que depende da saúde do ecossistema que reciclam e garantem tanto a qualidade como a quantidade do estoque de água do planeta.
                “Nossos próprios  corpos e a superfície da Terra são constituídos de mais de 70% de água. Nem nós nem o planeta sobrevivemos sem ela”, discursou a rainha Noor Al Hussein, viúva do rei Hussein da Jordânia e patrona da IUCN. No Oriente Médio, a escassez de água já causa instabilidades políticas e a perpectiva de intensificação de guerras por este motivo não é desprezivel. Na Jordânia, cada habitante tem acesso a cerca de 85 litros de água por dia, enquanto os americanos utilizam 600 litros, Israel, Jordânia e os Palestinos, juntos, demandam 3,2 bilhões de metros cúbicos de água, mas a média das chuvas anuais na região não supera 2,5 bilhões de metros cúbicos. Os 700 milhões restantes são retirados de reservas subterrâneas, sem condições de renovação.
                “A água não pode ser vista apenas como uma commodity industrial, sem que se questione sua origem ou pense na proteção dos mananciais”, disse Claude Martin, presidente do WWF. “Não se pode simplesmente dividir a água entre os diferentes usos humanos e esquecer que a natureza depende igualmente dela e que a proteção aos ecossistemas é fundamental”, acrescentou.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A MUDANÇA CLIMÁTICA SE TORNA MAIS PERCEPTÍVEL

PARIS 40 GRAUS
                O calor afetou todo o sul da Europa, ameaçando as florestas mediterrâneas, enquanto os habitantes das grandes cidades suam intensamente e respiram mal devido à poluição. Em Paris, os moradores correram para as fontes públicas, para escapar de tórridas temperaturas em torno de 40 graus. Na região parisiense, a velocidade foi limitada a 110 Km/h nas autopistas e em 60 Km/h em torno da capital, com finalidade de reduzir as emissões de gás causadores das altas taxas de poluição


Jornal do Brasil, 17 de agosto de 1998
Segunda Feira
(Nelson Franco Jobim)

Londres - A indústria de automóveis japonesa Toyota revelou que pretende plantar ao redor de suas fábricas na Grã-Bretanha árvores manipuladas geneticamente para absorver os gases poluentes emitidos pelos motores que queimam combustíveis fósseis. Os japoneses estão desenvolvendo essas árvores com técnicas de engenharia genética na esperança de reduzir o chamado efeito estufa, o aquecimento global da terra.
                Duas experiências estão em andamento no Japão. Perto da sede da empresa na cidade há uma área maior do que 10 campos de futebol cultivada com as árvores antipoluição. outra área foi plantada no Centro Tecnológico Higashi-Fuji.
                Porta voz da Toyota na Inglaterra disse que as árvores devem ser trazidas para as fábricas da empresa em Burnaston, perto de Derby. “Quando tivermos certeza de que as árvores estão funcionando, elas podem ser plantadas onde haja um clima adequado. A intenção é espalhá-las pelo mundo inteiro”.
                Em 1990, a Divisão de Projetos Futuros da Toyota começou a pesquisar a biotecnologia da criação de florestas. Todas as folhas verdes absorvem gás carbônico para produzir alimentos no processo da fotossíntese, mas as árvores da Toyota têm condições de absorver quantidades muito maiores.
                O gerente-geral do projeto, Yashiro Komatsu, defende-se das críticas dos ecologistas dizendo que o objetivo é juntar a natureza com a tecnologia. “O crescimento urbano no século 21 vai nos obrigar a fundir o naturalismo do século 19 com a tecnologia do século 20. Temos de aprender muito mais sobre as florestas e usá-las para armonizar os ambientes urbanos. Gostaria que este projeto avançasse para criar cidades-florestas, contribuindo assim para a melhoria do meio ambiente”.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

FATOS HISTÓRICOS

A poucos anos do ano 2000 o mundo se depara com uma incógnita: O aquecimento do globo terrestre a proporções catastróficas. Haverá uma saída para a espécie humana?

Estado de Minas, 11 de agosto de 1998
Terça Feira

CALOR BATE RECORDE DE 118 ANOS EM JULHO


                Al Gore alerta que altas temperaturas vêm sendo superadas a cada mês e que julho foi o mês mais quente da história

                “Julho foi o mês mais quente no planeta desde que o ser humano começou a medir as temperaturas de modo confiável, 118 anos atrás. Se nada for feito, vamos sofrer ainda mais no futuro com esse desastre contra a natureza, pois existem evidências cada vez maiores de que estamos aquecendo perigosamente nosso planeta”
                Essas palavras foram pronunciadas ontem  à tarde, na Casa Branca, pelo vice-presidente dos Estados unidos da América Al Gore.
                O pronunciamento de Gore foi dramático e ele não mediu suas palavras, como costuma acontecer nos pronunciamentos oficiais do governo a respeito do assunto. De acordo com os novos dados compilados pela Administração Nacional dos Oceanos e Atmosferas, a temperatura global média no planeta em julho foi de 16 graus centígrados, isto é, 1.26 graus mais alta do que as temperaturas médias em julho nos últimos 118 anos e 0.45 grau centígrado mais alta do que a de julho de 1997, que havia sido o recorde histórico.
                Gore advertiu que as ondas de calor, secas, tempestades poderosas e enchentes que estão atacando parte dos Estados Unidos e do mundo este ano “ficarão piores se não forem controladas as emissões de gases que  provocam o Efeito Estufa”.
                “Nem é preciso ser um cientista para saber o perigo que representa o calor deste verão”, comentou, citando o Estado do Texas, que teve temperaturas de mais de 40 graus centígrados durante 29 dias  seguidos este ano. Além disso, violentas enchentes, tempestades e tornados atingiram o Meio-Oeste e outras partes do país.
                Os recordes de altas temperaturas vêm sendo batidos a cada mês, desde janeiro deste ano. “Agora”, advertiu o vice-presidente americano, “quando estamos quebrando o recorde a cada mês, durante 7 meses seguidos, é realmente difícil ignorar o fato de que alguma coisa está acontecendo, e de que essa coisa é o aquecimento global”.
                “Nos sabemos o que fazer. Será duro, mas podemos fazer algo a respeito. Se não fizermos nada, então o que nós estamos vendo acontecer neste verão se tornará cada vez mais comum e cada vez pior”.
                O Efeito Estufa se agrava atualmente em virtude de dois problemas: o aumento das emissões de gases e a devastação das florestas. Além de provocar emissões imensas de dióxido de carbono, a destruição das florestas elimina as árvores, que são o principal instrumento para regular a concentração do gás na atmosfera do planeta.
                Com o Efeito Estufa, o calor que atinge a terra vindo do Sol, não consegue se dispersar, provocando o aquecimento global. a conseqüência mais terrível do aquecimento global é o derretimento do gelo em ambos os pólos terrestres, o que pode fazer o nível dos oceanos subir mais de 6 metros em poucas décadas.
                O Pacto de KYOTO, assinado em dezembro do ano passado pelos países industrializados, pede que todos os países reduzam as emissões de gases provocadores do Efeito Estufa até uma média de 5% abaixo dos níveis de 1990. O prazo dado pelo pacto é o ano 2010, mas agora parece que ele se tornou muito longo.